quarta-feira, 8 de maio de 2013

A Sagrada União Mística de William & Kate

O Casamento Real foi um evento mundial assistido por um número recorde de milhões de pessoas que se envolveram emocionalmente com a narrativa subjetiva clássica das histórias de conto-de-fadas. A grandeza do acontecimento e toda a atenção recebida pela mídia sugerem que há algo mais profundo a ser buscado nesta história do que apenas a fantasia do príncipe encantado. Fatos sincromísticos e um simbolismo intricado revelam como o casamento real foi um mega-ritual global com o propósito de iniciar Príncipe William em sua jornada de futuro rei. Neste artigo, vamos analisar o contexto simbólico em que o Casamento Real se encontra.
 

Em 2010 quando foi anunciado que Príncipe William, o filho primogênito de Charles, Príncipe de Gales, e Lady Diana Spencer, Princesa de Gales, se casaria com a então plebeia Catherine Middleton, as comparações entre o relacionamento do casal com os pais de William foram inevitáveis — mais que isso, foram necessárias. 

Para compreendermos a total importância do casamento real, precisamos olhar para o evento através de um enorme quadro contextual, rodeado por uma quantidade insana de sincronicidades, simbolismos e significados que se conectam escondidos por trás de toda a pompa midiática criada para alguns acontecimentos. Diana, Princesa de Gales, é o melhor ponto de partida para começarmos nossa análise:

"A DEUSA ESTÁ MORTA, VIDA LONGA AO REI!"

Diana, Princesa de Gales, Rainha dos Céus 

A aura de contos-de-fada atribuída ao seu casamento com Príncipe Charles, mas também a imagem de mãe, de protetora dos fracos, de caridosa, a sua beleza, sua elegância, sua feminilidade, entre outros atributos, fizeram de Lady Diana (erroneamente referida como "Princesa Diana") ganhar o título não oficial de "princesa do povo" ou "Rainha dos Corações".

Os atributos listados são normalmente associados ao arquétipo de deusa-mãe encontrado na mitologia de todos os povos do mundo, muito familiar aos leitores deste blog. Ao conciliar todos esses atributos com seu nome, Diana tornou-se a representação eterna de uma deusa moderna. O simbolismo e as sincronicidades ao redor dela reforçaram essa imagem no inconsciente coletivo.

Lady Diana compartilha o nome com a deusa greco-romana da lua, dos bosques, da natureza e do parto, também tida como a deusa virgem da mitologia greco-romana. Diana é uma das deusas cultuadas pela hipotética religião das bruxas da era pré-cristã. No dia do funeral de Lady Diana, seu irmão Earl Spencer durante seu discurso de adeus associou Diana à figura mitológica em plena transmissão midiática mundial dizendo a seguinte frase: "De todas as ironias sobre Diana, talvez a maior tenha sido esta - uma garota que recebeu o nome da antiga deusa da caça foi, no fim, a pessoa mais caçada da era moderna." 

Diana de Éfeso, 1º Século D.C., Museu de Éfeso, Turquia. A iconografia da Diana de Éfeso difere-se da deusa da caça grega. O culto à Diana de Éfeso era muito difundido antigamente (ela é citada inclusive na bíblia cristã). Sua importância era tamanha que o templo erguido em homenagem a ela era a maior construção do mundo e uma das sete maravilhas do mundo antigo.

A morte da princesa também encontra-se rodeada por simbolismo. Diana morreu em um acidente de carro dentro do túnel da Pont de l'Alma (francês para "ponte da alma") cuja localização é dita ser um antigo local de culto e sacrifício para os Merovíngios, que cultuavam a deusa Diana antes de se converterem ao Cristianismo. O carro em que Diana estava bateu no 13º pilar do túnel. Acima do túnel se encontra uma enorme tocha (símbolo da iluminação espiritual) sobre um pentagrama negro, etc. 

Você pode ler mais sobre o simbolismo ao redor da morte de Diana no site Vigilant Citizen, onde o autor fala do simbolismo encontrado em seus memoriais e teoriza que Diana pode ter sido sacrificada ritualisticamente. Não por acaso, ao gravar em fita uma confissão sobre o dia do seu casamento, Diana relatou: "Eu me sentia como um cordeiro indo ao matadouro".


Memorial para Diana perto do lugar onde Diana foi enterrada numa ilha em Althorp, Northamptonshire. A fachada da estrutura do memorial é idêntica aos antigos templos que os gregos e romanos erguiam em honra aos seus deuses. O Templo de Éfeso, uma das sete maravilhas do mundo antigo, era um templo com uma estrutura parecida e erguido em honra à deusa Diana.

A imagem da deusa Diana na cidade de Éfeso foi substituída pela imagem da Virgem Maria quando o Cristianismo começou a ser propagado no local. A deusa Ártemis (nome grego para Diana) era cultuada nessa cidade sob as alcunhas de "Rainha dos Céus", "Grande Mãe" e ainda "Mãe de Deus", títulos que foram incorporados à Virgem Maria para que os pagãos pudessem associar sua antiga deusa à nova santidade. Em "As Divindades Escravizadas" expliquei como a Virgem Maria está relacionada com o arquétipo de deusa-mãe.
O Brasão de Armas de Lady Diana incluía três conchas de vieiras.
Você deve se lembrar da concha de Vieira por causa desta pintura, O Nascimento de Vênus de Botticelli.

Desde a Antiguidade, e em diversos povos do mundo, a concha tem sido associada ao princípio feminino, assim como à água, e à lua. A concha em si sempre foi o símbolo das genitais femininas devido
seu formato bivalve que lembra o formato da vulva (ELIADE, 1961). Conchas do mar também são o símbolo da Virgem Maria pois ela abrigou Jesus Cristo em seu útero da mesma forma que a ostra produz pérolas dentro de si (LEXIKON, 1978).

Por causa dessas associações indiretas entre as figuras maternas sagradas, Lady Diana, Princesa de Gales, também era simbolicamente a Rainha dos Céus. E assim como toda deusa-mãe, haveria o momento esperado em que ela teria de conceber um filho. Dessa forma, se Lady Diana é considerada a representação do sagrado feminino, ou de uma santidade, como a deusa Diana ou a Virgem Maria, seu filho primogênito só poderia ser outra figura simbólica sagrada.


William Arthur Phillip Louis, mais conhecido como Príncipe William, nasceu exatamente em 21 de Junho de 1982. William nasceu no Hospital Santa Maria, coincidindo com o simbolismo de Diana. Em 21 de Junho acontece um fenômeno conhecido como solstício de verão, o dia mais longo e mais quente do ano, quando o sol está no seu ponto mais alto e seu brilho está mais potente. E, para acrescentar mais significado e importância ao nascimento do futuro rei, no mesmo dia de seu nascimento aconteceu outro evento astronômico de grande importância esotérica: William nasceu exatamente no dia em que ocorreu um eclipse solar.

Na postagem "O Sacrifício Ritual Oculto de Ryan Dunn" falei um pouco sobre como a época do solstício de verão era importante para os Celtas, que celebravam essa data sob o nome de Litha ou Midsummer. Enquanto no hemisfério norte ocorre o solstício de verão, no hemisfério sul acontece o contrário. Nas duas postagens intituladas "As Divindades Escravizadas" mostrei como o solstício de inverno está cercado por histórias mitológicas sobre nascimento/renascimento, como por exemplo o mito do nascimento de Jesus Cristo e outros deuses relacionados ao sol. 

Sua Majestade Elizabeth II plantando um azevinho, uma importante árvore da mitologia Celta, em comemoração ao que foi outro enorme ritual global, o Jubileu de Diamante da Rainha. Sessenta azevinhos foram plantados para coincidir com os sessenta anos de reinado da Rainha, atitude que nos revela o caráter ritualístico da família real britânica. Eles nunca abandonaram realmente suas antigas raízes religiosas.
 

No país de Gales da era pré-cristã, a religião predominante nesse local era a dos Druidas. A mitologia desse povo relata a batalha entre o Rei Carvalho e o Rei Azevinho. No mito, o Rei Carvalho atinge o ápice de sua força durante o meio do verão (Midsummer, o solstício de verão) enquanto o Rei Azevinho está fraco. Mais tarde, o Rei Azevinho finalmente derrota o Rei Carvalho durante a época do solstício de inverno. Durante a primavera e o verão o Rei Carvalho está viril e forte. Até o fim das estações seu poder vai enfraquecendo. Quando o Rei Azevinho vence a batalha, este reina o mundo durante o outono e o inverno. O Rei Azevinho começa a enfraquecer com o passar do tempo, o Rei Carvalho o derrota e o ciclo se torna infinito. O azevinho e o carvalho eram árvores consideradas extremamente sagradas. O carvalho era consagrado à deidade superior dos Druidas (HALL, 1926).
 
Assim, Príncipe William, nascido de uma deusa da lua sob o solstício de verão e no dia em que ocorreu um eclipse solar, poderia muito bem representar o Rei Carvalho ou o deus cornífero, o deus solar dos pagãos. Em contraparte, o simbólico Rei Azevinho poderia ser Sua Majestade a Rainha, que plantou sessenta árvores de azevinho em comemoração ao seu jubileu de diamante, ou Príncipe Charles, o segundo na linha de sucessão do trono? Ambos estão relativamente fracos e com a idade avançada, assim como o mítico Rei Azevinho.
Príncipe William com seu uniforme da Força Aérea Real sorrindo por algum motivo.
O distintivo do Esquadrão 60 da Força Aérea Real, o qual William faz parte, traz a imagem de uma cabeça de um markhor, uma espécie de cabra do Paquistão. Ao olharmos para o simbolismo, a cabeça do caprino com chifres alude ao deus chifrudo, o deus solar dos neo-pagãos. Os raios que flanqueiam a cabeça podem ser uma referência ao carvalho, cuja madeira possui uma tendência natural para atrair raios. Odin, Thor e Zeus são importantes figuras mitológicas que comandam raios e que estão sempre associados ao carvalho (FRAZER, 1890). 
Uma teoria amplamente divulgada pela internet é a de que a cabeça do Markhor na insígnia do uniforme de William estaria representando Baphomet. O pesquisador do site Vigilant Citizen nos conta que Baphomet, a figura representativa da magicka alquímica, foi provavelmente inspirado na imagem de Cernunnos, ou então que ambos são derivados do arquétipo do deus-chifrudo. A cabeça de um animal com chifres torna-se então uma dica para a representação do deus da fertilidade.
Cernunnos retratado no caldeirão Gundestrup (Museu Nacional da Dinamarca, Copenhague). O símbolo do deus cornífero está presente na maioria dos cultos de fertilidade. Esse arquétipo representa a fertilidade da natureza, a vitalidade dos animais e ele também é a contraparte masculina da deusa-lua dos pagãos. Algumas tradições celtas relatam que o Rei Azevinho e o Rei Carvalho são duas personalidades distintas de uma mesma deidade, que seria o deus cornífero. Na mitologia Celta, o deus chifrudo nasce da deusa-lua, assim como Príncipe William. Se Baphomet foi inspirado nesta figura misteriosa então o misticismo da insígnia do uniforme de William nos faz voltar para a religião antiga do local onde atualmente se encontra o País de Gales.

As sincronicidades ao redor de Príncipe William fazem dele um interessante objeto de estudo semiótico. Muitos pesquisadores têm especulado sobre o verdadeiro papel de William no futuro do mundo. De fato, a internet está lotada de sites e blogs cristãos que escreveram artigos afirmando que William seria na verdade o tão esperado "Anticristo", personagem escatológico da bíblia que, segundo interpretações, dominará o mundo antes da "segunda vinda de Cristo" (o velho mito do deus morto-ressuscitado), embora a bíblia não relacione o termo com tal acontecimento. O site Grail Code é o que possui o maior conteúdo tratando sobre o assunto. 

Se William irá dominar o mundo inteiro não sabemos, mas é certo que um dia ele se tornará rei e, embora seja difícil de acreditar em algumas teorias sobre o futuro de William, alguns fatos sobre o assunto criam uma atmosfera de dúvida e, para alguns fãs, de esperança. 

Em dezembro de 2009 o jornal Daily Mail publicou uma matéria alegando ter tido acesso a uma versão não censurada de documentos "vazados" da Tesouraria em que estes revelavam que William mudaria seus deveres reais e assumiria diversos deveres da Rainha e em nome desta. A matéria revela que a Rainha estaria preparando William para ser um "Rei Sombra" (ou "rei na sombra"). Segundo o Daily Mail, um porta-voz da República teria dito que "o Palácio opera em segredo, fazendo acordos por trás das costas do povo britânico para garantir uma transição tranquila para o próximo rei." 

Príncipe William sendo carregado em uma liteira como um verdadeiro rei por nativos de Tuvalu, país membro da Comunidade britânica. A liteira era utilizada antigamente em Roma como transporte dos membros da família imperial e da elite. No Egito utilizavam a liteira para carregarem figuras religiosas em festivais e cerimônias. Note a gravata roxa de William, cor da realeza e da elite (MALON, 2007).

O documento põe lenha na crença de que a Rainha Elizabeth prefere William a Charles para sucedê-la no trono real. Além disso, em 2008 ficamos sabendo de um programa de treinamento feito pela Rainha Elizabeth e pelo seu filho Príncipe Charles, em que William estava sendo preparado para ser rei. Este tipo de treino preparatório para ser rei nunca foi registrado antes na história da família britânica. William também é Conselheiro do Estado, outra importante função na família real.

Príncipe William passa um tempo na fazenda Highgrove de seu pai em Gloucestershire, Inglaterra, durante suas férias da faculdade. Essa é uma das imagens bastante propagadas por sites e blogs teóricos conspiracionistas que alegam que William se tornará o "Anticristo".
Esses sites tecem comparações da imagem de William segurando cordeiros e ovelhas na fazenda de seu pai com o fato de Jesus Cristo ser conhecido como "Cordeiro de Deus" e "O Bom Pastor". De fato, a imagem do bom pastor está universalmente associada a um deus ou líder espiritual, por exemplo, Tammuz, deus sumério da fertilidade cujo mito também fala de morte e ressurreição, era tido inicialmente como um pastor [fonte].
Cópia Romana de Crióforo de Kalamis (Museu de Barracco, Roma).

A figura do "Bom Pastor" foi muito popular na época primitiva do Cristianismo no século II. Entretanto, este é mais um caso clássico da influência pagã na construção da nova religião, o Cristianismo. Segundo relata a pesquisadora em história da arte Maria de Fátima Eusébio (2005): "Os primitivos cristãos inspiraram-se em formas e imagens pagãs, integrando-as num contexto e simbologia cristãs." Assim, esta imagem do bom pastor já vinha sendo utilizada pelos gregos para representar seu deus protetor dos rebanhos Hermes. Eusébio explica: 

"Tendo em conta que Hermes Crióforo era representado como jovem, bem como o seu estatuto de mensageiro dos deuses e de guia das almas dos defuntos, podemos aferir que os primitivos cristãos com facilidade estabeleceram as analogias com a personalidade de Cristo, justificando-se também a apropriação que fizeram do seu modelo figurativo."  EUSÉBIO, M. de Fátima. "A apropriação cristã da iconografia greco-latina: o tema do Bom Pastor", 2005, p. 19-20. Disponível online em http://z3950.crb.ucp.pt/biblioteca/Mathesis/Mat1/Mathesis14_9.pdf

Considerando que a imagem mítica do "bom pastor" como metáfora para liderança sócioespiritual está gravada na psiquê humana desde épocas antiguíssimas, as fotos de William que por alguma razão desconhecida foram altamente divulgadas pela mídia mundial na época contribuíram para a criação da sua simbólica figura de futuro líder. 

Assim, se William desempenhará um importante papel no mundo, é necessário que ele siga as tradições míticas da antiguidade, completando determinadas fases simbólicas de sua jornada. Seu casamento com Catherine "Kate" Middleton foi um dos passos mais importantes dessa transição pois, assim como William, Kate também parece ter sido "preparada" para ocupar um importante cargo no futuro e desempenhar um importante papel na vida de William.

Este diagrama feito pelo jornal britânico Daily Mail em Agosto de 2010 mostra como Kate Middleton e Príncipe William estão aparentados mesmo que por gerações diferentes. Kate (que não tem nada de plebeia) e William são primos de décimo-segundo grau. 

O Daily Mail afirma que "o ancestral comum que liga os dois amantes era um déspota assassino cujas ações sanguinárias foram deliberadamente esquecidas pela história." Sabe-se também que Diana e Príncipe Charles são primos de décimo-sétimo grau. A importância disso se dá ao fato de que a elite precisa manter seu sangue nobre no poder. Isto é chamado de consanguinidade. Fritz Springmeier com seu livro Bloodlines of the Illuminati (1995) dá respaldo para os teóricos-conspiracionistas que creem que William será o "Anticristo", pois ele afirma que a tal figura descenderá da linhagem sanguínea dos Merovíngios (supostos adoradores da deusa Diana). David Icke em seu The Biggest Secret afirma que a família real britânica descende dessa linhagem. Logo, William possui a linhagem de sangue necessária para ser "o escolhido".


No entanto, descobrir que Kate Middleton não é tão plebeia como a mídia veiculou não é tão estranho quanto às sincronicidades ao redor da moça: Kate Middleton nasceu em 9 de Janeiro de 1982, no dia em que ocorreu um eclipse lunar. As sincronicidades relacionadas à família real e seus acontecimentos vão além de eventos astronômicos. Com Kate Middleton não foi diferente. Em 1993, Kate participou de uma peça de teatro na sua escola cujo enredo refletia o seu próprio futuro.

Vídeo liberado pela ABC News em 2011.

Neste vídeo profético, um vidente lê a mão de Kate e diz que um homem "bonito, rico e cavalheiro" irá se apaixonar por ela. "Ele se casará comigo?", pergunta Kate. "Com certeza sim", o adivinho responde. Kate então pergunta ao vidente para onde o seu príncipe encantado a levará. O cigano responde: "para Londres".
O príncipe encantado de Kate logo aparece e pede sua mão em casamento, no que Kate Middleton responde "Ó sim, querido William!" Note a cena mais importante acontece quando Kate se encontra exatamente entre duas colunas, representando iniciação esotérica.
Kate Middleton parece ter sido secretamente preparada para se tornar a atual Duquesa de Cambridge. Ao nascer no mesmo ano que William e, assim como ele, também durante um eclipse, a vida de Kate possui a sintonia certa para ser sua esposa. Mas para carregar a responsabilidade de continuar com a linhagem de deuses simbólicos, Kate precisaria da benção da deusa-mãe. E foi o que aconteceu no seu noivado.
 
No dia do anúncio do noivado, William revelou ao mundo que Kate Middleton iria utilizar o anel de safira que era de Lady Diana. "É muito especial para mim. Foi a minha maneira de garantir que minha mãe não perca nenhum momento deste dia", disse William na noite do noivado.

Diana então esteve presente no dia do casamento de uma forma simbólica. Kate Middleton então recebeu o anel de um casamento fracassado, cheio de polêmicas, traições, e que findou em uma total desgraça. Ainda assim, Kate o recebeu como uma dádiva, afinal a partir de então, Kate seria a nova representativa da deusa-mãe cujo símbolo máximo é a lua (Kate nasceu em um eclipse lunar). Repare como as duas noivas utilizaram a cor azul, cor dos céus e das divindades (HALL, 1926; MALLON, 2007), no dia de seus respectivos noivados (note também que William está novamente de gravata roxa). Com o anel de safira em mãos, Kate Middleton canalizou para si toda a carga simbólica que Lady Di suportava. Assim, o casamento dá início. 
Figura encontrada no Rosarium Philosophorum, um tratado do século 16 que tinha como tema principal o hiero gamos como metáfora para a alquimia (assim como o brasão de armas de William). Hiero Gamos significa "casamento sagrado" e refere-se a um ritual sexual cujo objetivo é realizar a encenação da união mística entre duas divindades. Acreditava-se que o humano que participasse desse ritual alcançaria a divinização. Note o sol e a lua debaixo do rei e da rainha, respectivamente.

O casal real escolheu a data de 29 de Abril de 2011 para a realização do matrimônio. Esta data importante possui uma referência mais antiga: durante a era pré-Cristã, os Celtas comemoravam um feriado conhecido como Beltane, que ocorre nesta mesma época do ano (o calendário Celta não era baseado nos solstícios e equinócios, mas na agricultura, sendo assim não havia uma data exata para os feriados).  

Comemorado atualmente no dia 1º de Maio, o Beltane celebra a transição da primavera para o verão, onde os antigos comemoravam a fertilidade da terra com festivais de fogo. Essa passagem era marcada por algumas cerimônias importantes, baseadas na mitologia daquele povo. A cerimônia mais importante, no entanto, era o casamento sagrado dos deuses, encenado por personagens chamados de Rainha de Maio e Rei de Maio (ou Homem-Verde). Rituais sexuais também eram praticados em celebração da fertilidade dos deuses: 

 
"O Rei e a Rainha de Maio representam personagens antigos que eram considerados a personificação dos espíritos da fertilidade e da vegetação neste festival, cujo casamento ou união magicamente ajudava o crescimento e a fertilidade [...] O Casamento Sagrado e o Festival de Orgia eram um apelo às forças da natureza para concluir seu trabalho benéfico, tanto quanto um auxílio mágico para essas forças neste trabalho." MACCULLOCH, J. A. "The Religion of the Ancient Celts", 1911, p. 267. Disponível online em http://www.sacred-texts.com/neu/celt/rac/index.htm (tradução nossa).

Beltane é o segundo feriado mais importante do ano para aqueles que seguem a crença druida e seus rituais e cerimônias foram sendo levados adiante até os dias atuais. Para termos uma ideia da dimensão da importância deste feriado, a Antiga Ordem dos Iluminados da Baviera (conhecidos popularmente como Illuminati), por exemplo, foi fundada na madrugada do dia 30 de Abril para 1º de Maio.

Além desse feriado, o dia do casamento de William e Catherine ocorre no exato dia de outra data interessante: o Dia de Santa Catarina de Siena (note que na pintura do link a santa está posicionada entre duas colunas). Catarina de Siena é um dos dois santos patronos da Itália. Canonizada no século XV, o dia de sua festa litúrgica cai na data de sua morte, em 29 de Abril. Catarina afirmava que experimentou o que ela chamava de "Casamento Místico" com Jesus Cristo, assunto que se tornou popular em diversas obras de arte tempos depois. Ela morreu aos 33 anos (a mesma idade maçônica de Jesus Cristo).

"O Casamento Místico de Santa Catarina de Siena" (detalhe), por Clemente de Torres (c. 1700). Nesta pintura, a cerimônia foi presenciada e abençoada pela Virgem Maria, conforme Catarina relatava.

Se a data da cerimônia está de acordo com a data em que se celebrava matrimônio dos deuses druidas de antigamente, os elementos que rodeiam esse acontecimento só podem estar em plena sintonia com essas práticas.

A cerimônia de William e Kate foi presidida e oficializada por Rowan Williams, então arquebispo de Canterbury. Em Agosto de 2002, Rowan Williams foi iniciado como membro honorário do Gorsedd of Bards, uma organização criada "em celebração da herança Galesa e Celta" cujos "rituais se voltam para uma era quando os druidas Celtas - profissionais religiosos - conduziam a sociedade." Essa organização inclui vários membros relacionados com música, arte, literatura, e também outras figuras que contribuem com a preservação da cultura, da língua e da nação Galesa. A Rainha e o Príncipe Charles, por exemplo, são membros dessa organização.
Rowan Williams (centro) vestido como um druida.

Um druida era um líder religioso dos povos da Bretranha antiga. Rowan Williams assumiu o mais alto título em uma organização druida e, por mais que essa organização não possua uma finalidade religiosa, Rowan Williams tornou-se um simbólico sacerdote druida. Além deste importante elemento, outros detalhes dão ao casamento uma conotação pagã de celebração à fertilidade da natureza:

Note a disposição das folhagens acima.
A Abadia de Westminster, local escolhido para a realização da cerimônia, foi decorada com quatro toneladas de folhagem, incluindo árvores e flores, com o objetivo de "recriar um luxuoso jardim inglês" ou como o jornal britânico Daily Mail publicou: "uma floresta de contos-de-fadas".

As árvores dentro da catedral gótica deram uma atmosfera florestal à cerimônia, o que nos remete mais uma vez às tradições pagãs: o conceito de Bosque Sagrado é constantemente associado aos Celtas e Druidas, que cultuavam seus deuses e praticavam seus rituais, como o casamento, no interior desses locais. A especialista em simbolismo Brenda Mallon diz que:

"Florestas simbolizam lugares de transformação, onde cerimônias mágicas eram realizadas em segredo. Entrar em uma floresta simbolizava entrar em um lugar desconhecido onde o homem poderia vivenciar experiências místicas e aprender segredos ocultos. Ao voltar para a luz, a pessoa estaria mudada, simbolizando que a exploração do inconsciente pode levar à 'iluminação'." Os Símbolos Místicos, Volume II. MALLON, Brenda; 1º edição brasileira: 2009, p. 184 (adaptado).

Além disso, Sir James Frazer, o influente antropólogo especialista em mitologia e religião comparativa, publicou em seu popular livro The Golden Bough; a Study in Magic and Religion (1890) que "Diana era essencialmente uma deusa das florestas [...] Seus santuários estavam comumente em bosques, na verdade todo bosque era consagrado a ela" (retirado de http://www.bartleby.com/196/21.html). 

Segundo informa o Daily Mail, as árvores principais que compuseram a "floresta de contos-de-fadas" eram de uma espécie chamada Acer. Em inglês, essa árvore é chamada de Maple. Harold Bayley em The Lost Language of Symbols, Vol. 2 (1912) nos conta que "'maple' costumava ser escrito 'mapul'" e "Idealmente e filologicamente pode ser equiparado ao 'Maypole'." (p. 278). Essa interessante comparação também é significativa:

"Maypole" é um pedaço de madeira ereto fincado no chão normalmente rodeado com fitas coloridas. Esse mastro é erguido tradicionalmente desde tempos antigos até os dias de hoje durante o primeiro dia de Maio (o feriado Beltane). Alguns sites neo-pagãos falam do simbolismo sexual do mastro de Beltane onde as fitas rodeadas em torno do mastro simbolizariam a união dos deuses. Embora um mastro desse não tenha sido erguido na cerimônia, a grande quantidade de Acer Campestres (maple/Maypole) dentro da igreja exerceu a mesma função simbólica.
 

A igreja escolhida para se realizar a cerimônia também acrescentou carga simbólica ao evento: a Abadia de Westminster é considerada a igreja mais importante de Londres pois é o local onde são realizadas as coroações de todos os Monarcas britânicos. Nesta igreja também abriga os túmulos de personalidades importantes como o estudante de ocultismo Isaac Newton. Segundo o blog oficial do jornal Masonic Times, a Abadia foi deliberadamente construída por Franco-Maçons operários.

E como toda obra influenciada pela Maçonaria, a Abadia de Westminster possui alguns simbolismos relacionados a essa sociedade secreta, sendo mais proeminente o piso quadriculado em preto e branco, representando a lei universal da dualidade.

Além disso, no antigo e extinto jornal britânico The Westminster Review (1845, volumes 43-44) encontramos a seguinte publicação sobre a Abadia:
 
"De acordo com a tradição e do testemunho de alguns registros históricos [...] o local onde se localiza a Catedral de São Paulo antigamente era ocupado por um Templo de Diana, e que a Abadia de Westminster por um Templo de Apolo." The Westminster Review, Vol. 43-44. "Old and New London", 1845, p.149. Atualmente encontrado em Google Books, acesso em 06/05/2013 às 00h34.

Apolo é o deus-sol greco-romano irmão gêmeo da deusa-lua virgem Diana. Parece bastante apropriado que o moderno deus-sol se case em um templo dedicado a ele. 

A Abadia de Westminster também possui outro estranho elemento: aparentemente o pavimento que está localizado na frente do Grande Altar, onde foi realizada a cerimônia, foi redescoberto debaixo de um enorme tapete. O pavimento chamado de Cosmati possui padrões de formas geométricas feitas de pedras preciosas e também uma mensagem codificada que, segundo o site oficial da Abadia de Westminster, refere-se ao fim do mundo.
 

No final dessa mensagem uma frase: "O globo esférico aqui mostra o arquetípico macrocosmo". Macrocosmo significa o universo, e também um termo importante em obras gnósticas.

Na imagem: o Sol e a Lua em sagrada união alquímica sobre o centro do universo. A cerimônia do casamento foi celebrada exatamente em cima de um piso que representa simbolicamente a harmonia do universo.
Kate e seus brincos usados no dia do seu casamento. Em homenagem ao recém-adquirido brasão de armas da família Middleton, Kate ganhou este belo par de brincos de diamante cujo design representa folhas de carvalho com uma bolota ao centro. Como já foi mencionado, o carvalho era a árvore mais importante para os druidas, sendo assim, a bolota (semente do qual o carvalho brota) assume extrema significância: Kate presta seu tributo ao Deus Carvalho.

Contudo, a grande confirmação de que este casamento foi disfarçadamente uma enorme celebração pagã da fertilidade em honra aos deuses veio com a seguinte e breve cena que ocorreu durante a cerimônia:

Quando o sacerdote druida junta a mão dos noivos envolvendo-as em um laço por um rápido momento temos uma prática chamada de Handfasting.

Handfasting (do Nórdico antigo, "fazer contrato ao juntar as mãos") é um termo utilizado pelos pagãos (normalmente os Celtas embora essa prática tenha sido encontrada em outros povos) para se referir ao seu ritual de casamento, onde o casal junta suas mãos enquanto faz seus votos. Em uma cerimônia pagã do handfasting, o ritual deve ser presidido por um sacerdote druida; e também deve ser realizado preferivelmente em uma "área arborizada", onde o contato da natureza é maior. Ainda, antigamente este tipo de cerimônia era reservado aos ricos membros da elite das sociedades.

Algum casal aleatório em uma cerimônia celta de Handfasting.
(imagem de
http://celtichandfasting.blogspot.com.br/)

CONCLUSÃO

O Casamento real de Sua Alteza Real Príncipe William com Catherine Middleton, chamada atualmente de Duquesa de Cambridge, está cercado pela mitologia pagã de diversos povos antigos, combinando simbolismo e sincronicidade de forma que a cerimônia ganhe ares de uma celebração da fertilidade e culto aos deuses, exatamente como faziam os povos da antiguidade europeia - e até reproduzida pelos neo-pagãos. Intencionalmente ou não, se olharmos para alguns fatos relacionados à família real britânica, este mega-ritual parece preparar o Príncipe William para uma importante ocupação no mundo.

Nos últimos dias do mês de Abril de 2011 ocorreu um raro alinhamento de seis planetas, coincidindo com todo o simbolismo astronômico que cerca a família real e, principalmente, o novo casal, tornando a cerimônia em um acontecimento de proporções cósmicas. Paralelamente, nesta mesma época, alguns outros eventos mundiais apareceram aleatoriamente e tomaram a atenção mesmo que por alguns instantes: o Presidente Obama e seu caso com seu certificado de nascimento na sua incansável jornada para convencer o mundo de que é um cidadão americano; a morte de Osama Bin Laden; e a beatificação do Papa João Paulo II. 

Todos estes eventos, incluindo o casamento real, aconteceram desde a última semana de Abril até o dia primeiro de Maio (a semana do Beltane). Existe alguma ligação entre esses eventos? É possível que cada evento faça parte de um enorme quebra-cabeça ritualístico representativo do ciclo da vida humana de acordo com a visão ocultista, onde a liberação do certificado de nascimento de Barack Obama simbolizaria o nascimento, o casamento real simbolizaria a reprodução sexual, a notícia da morte de Osama Bin Laden simbolizaria a morte e o sacrifício, e por fim a beatificação do Papa João Paulo II simbolizaria a ressurreição da alma? 

Este artigo já está longo demais e estas respostas não caberiam aqui, mas para as forças superiores que estão por trás de todos estes eventos, o simbolismo é tudo.

William dando seu recado ao mundo...
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Referências bibliográficas e pesquisas complementares:


Livros:
  • ELIADE, Mircea. "Images and Symbols: Studies in Religious Symbolism", 1961; in: Google Books. 184 p.
  • LEXIKON, Herder. "Dicionário dos Símbolos", ed. 1990.
  • HALL, Manly P.; "The Secret Teachings of All Ages", 1926.
  • FRAZER, Sir James G. "The Golden Bough; a Study in Magic and Religion", 1890. Encontrado em <http://www.bartleby.com/196/21.html> Acesso em 24/04/2013 às 20h45.
  • MALLON, Brenda. "Os Símbolos Místicos, Volume II"; 1º edição brasileira: 2009.
  • MACCULLOCH, J. A. "The Religion of the Ancient Celts"; 1911. in: Sacred-Texts. <http://www.sacred-texts.com/neu/celt/rac/index.htm>
  • The Westminster Review, Vol. 43-44. "Old and New London", 1845; in: Google Books. Acesso em 06/05/2013 às 00h34.
  • BAYLEY, Harold. "The Lost Language of the Symbols , Vol, II", 1912. in: Google Books.

13 comentários:

  1. Interessante...
    Eu nunca entendi muito bem por que todo o frenesi com a união desses dois, agora faz um pouco mais de sentido...

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  2. Gostei muito da qualidade do seu artigo, a citação das fontes demonstram confiabilidade e o conteúdo bem embasado, Parabéns pelo belo trabalho!

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  3. Acho incrivel como alguem pode combinar tudo, garantir detalhe por detalhe.
    Tudo sair certo,porque isso nao da certo na vida de outros

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  4. É simples da união entre um homem e uma mulher gera a luz e então eles passam a ter contato com o mundo espiritual, o olho que tudo vê e então podem entendem seus propósitos de vida. Sim Willian será o um Rei, ele venho com este proposito. Ao contrario do que se pensa eles dão muito valor ao casamento, família. Uma mulher equilibra o homem, o dignifica.

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  5. Na minha opinião , imaginava o Papa
    MAs pelo que eu vejo será ele o anti Cristo.
    Bom na realidade o anti Cristo ficará nos bastidores só esperando o momento certo para agir ,vai pegar muitos de surpresa
    (0 anti Cristo veio para enganar as nações e fazer todos ricos pobres escravos , adorarem a besta até mesmo confundir os próprios fiéis
    Eo fim agora mesmo com a implantação do mondex tudo fica mais claro que é o fim !!! A maneir mais certa eh se apegar a Deus e confessar os pecados por que antes da atribulação e perseguições aos cristão Jesus fará o arrebatamento não vai deixar os dele sofre , vai ficar na terra apenas quem não
    Aceitar Jesus

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  6. Pena que vc n ta postando mais /:

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  7. Muito bem explicado o artigo! As coisas se encaixam tão perfeitamente...parece um ensaio....

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  8. Nossa esse blog é extremamente otimo, continua postando adoro esse artigo...

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  9. kkkkkkkkkkkkkkkO comentário acima a união do homem e da mulher gera a luz e passam ter contato com o mundo espiritualkkkkkkkkkkkk. Isso é o reflexo da geração de trevas na qual esse mundo eoncontra-se

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  10. Eu sou a princesa Sandra ou Sandrigham Kelly the Confessor ( rei Eduard the Confessor) de Hollywood Azevinho( Azevedo)Filha dos Deuses.Gostei de sua pesquisa mas, o príncipe William não é o príncipe solar dos druidas.

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